KPIs contábeis e financeiros de obras

Construção civil não é “apenas” erguer paredes: é gerir dezenas de contratos, verbas de marketing, consumo de aço, folhas de pagamento e impostos, tudo ao mesmo tempo. Sem Indicadores-Chave de Desempenho (KPIs) bem definidos, o engenheiro só consegue ver a obra pelo retrovisor, e o controller passa a maior parte do mês “caçando” números em planilhas.

Dados mostram que acompanhar KPIs de margem, fluxo de caixa e retorno sobre investimento reduz em até 30 % o risco de ultrapassar orçamento em projetos de construção. Neste artigo, listamos os KPIs contábeis e financeiros indispensáveis para obras, explicamos como calculá-los e sugerimos formas de automatizar sua coleta com o Mais Controle ERP, integrado ao BPO Financeiro da Personality Contabilidade.

1 — Por que a obra precisa de KPIs específicos?

  1. Ciclo de caixa único — desembolsos são contínuos, receitas entram por medição; o descompasso exige métricas de liquidez próprias.

  2. Reconhecimento de receita por avanço físico — conforme o CPC 47/IFRS 15, a receita deve ser apropriada à medida que a obrigação de desempenho é cumprida, e não no momento da NF-e ::Conselho Federal de Contabilidade::.

  3. Múltiplas camadas de impostos — RET, Lucro Real ou Presumido mudam a carga tributária e, portanto, a margem final da obra.

2 — Categorias de KPIs essenciais

Categoria KPI Fórmula / fonte Por que importa
Rentabilidade Margem bruta (Receita da obra – Custos diretos) ÷ Receita Mede eficiência na compra de insumos e mão de obra.
EBITDA da obra Lucro operacional + Depreciação & Amortização Indica geração de caixa antes de impostos e juros; métrica-padrão no setor.
ROI por empreendimento Lucro líquido ÷ Capital investido Compara atratividade entre projetos e orienta novos lançamentos.
Liquidez Necessidade de Capital de Giro (NCG) (Dias a receber + Dias de estoque) – Dias a pagar Revela quantos dias a empresa financia o ciclo operacional.
Ciclo de caixa NCG – Dias financiados por bancos Se > 0, a construtora usa caixa próprio; se < 0, o crédito cobre o gap.
Eficiência Cost Performance Index (CPI) Valor agregado ÷ Custo real > 1 = obra dentro do orçamento; < 1 = estouro de custo.
Índice de desvio de custo (Custo real – Orçado) ÷ Orçado Permite alertas rápidos; acima de 5 % dispara plano de ação.
Receita Percentual de avanço físico-financeiro Custo incorrido ÷ Custo orçado total Critério oficial para reconhecer receita segundo CPC 47.
Tributário Tax burden Tributos pagos ÷ Receita bruta Mostra o peso dos impostos por regime (RET × Lucro Real).
Estratégico Backlog-to-Revenue Carteira de contratos ÷ Receita anual Indica quantos meses de faturamento futuro estão garantidos.

3 — Como calcular (e validar) cada KPI

Etapa Prática recomendada
Dados confiáveis Integre ERP, folha, compras e fiscal; fuja de planilhas paralelas.
Periodicidade KPIs críticos (NCG, ciclo de caixa) devem ser diários; outros, semanais ou mensais.
Responsáveis Controller consolida; engenheiros validam avanço físico; fiscal confere base tributária.
Normas contábeis Receita: CPC 47; custo de empréstimos: NBC TG 20; provisões: NBC TG 25.
Auditoria interna Amostragem de NF-e, medições e retenções de ISS/INSS reduz risco de erro.

4 — Dashboard integrado no Mais Controle ERP

O ERP cruza cronograma físico, contas a pagar/receber e conciliações bancárias para gerar um painel que mostra, em tempo real:

  • EBITDA consolidado e por obra

  • NCG em dias com semáforo (verde ≤ 30d, amarelo 31-60d, vermelho > 60d)

  • CPI de cada empreendimento

  • Tax burden comparando RET e Lucro Real

  • Backlog-to-Revenue com projeção de saturação da carteira

O BPO Financeiro garante dados, eliminando atrasos que costumam distorcer KPIs.

5 — Erros comuns (e como evitá-los)

Erro Risco Antídoto
Reconhecer receita na emissão da NF-e Margem inflada; impostos antecipados Aplicar avanço físico (CPC 47).
Monitorar só caixa bancário Falta previsão de lacunas futuras Uso de NCG e projeção de fluxo preditivo.
Misturar obras em centros de custo KPI perde granularidade Cada obra = subcentro no plano de contas.
Atualizar KPI no fim do mês Reação tardia a desvios Automatizar coleta; alertas de desvio > 5 %.
Ignorar impostos no KPI de margem “Lucro” que desaparece no DARF Incluir Tax burden no painel.

7 — Checklist rápido: seus KPIs funcionam?

  • Receita reconhecida por avanço físico?

  • KPI de liquidez (NCG) atualizado diariamente?

  • CPI ≥ 1 em todas as obras?

  • Tax burden separado por CNPJ/regime?

  • Painel único no ERP (nada de “ilhas” de Excel)?

Se respondeu “não” a dois ou mais itens, seus indicadores podem estar escondendo problemas de margem ou caixa.

Conclusão

KPIs não são meros números para agradar investidores; eles traduzem a saúde real da obra. Margem bruta e EBITDA mostram eficiência, mas só fazem sentido ao lado de liquidez (NCG), eficiência (CPI) e impostos (Tax burden). Monitorá-los em tempo real, com dados confiáveis, dá ao engenheiro a chance de corrigir a rota antes que o concreto seque e ao controller a segurança para negociar financiamentos mais baratos.

A Personality Contabilidade alia governança contábil, BPO Financeiro e a tecnologia do Mais Controle ERP para implantar painéis de KPIs customizados em poucas semanas. Quer enxergar seus indicadores chave sem fórmulas escondidas nem planilhas frágeis? Solicite um diagnóstico gratuito e descubra como turbinar a gestão financeira das suas obras.

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